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A Origem

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No passado longínquo a comida era rara e o homem pré-histórico gastava muita energia para conseguí-la. Era necessário uma grande e constante atividade física. Eram tempos de escassez. Havia então um instinto de comer tudo que estivesse ao alcance para fazer reservas energéticas, pois não se sabia quando seria a próxima refeição.

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Com o passar do tempo o homem desenvolveu a inteligência e dominou o planeta. Aprendeu a plantar, pastorear, enfim a ter comida em abundância e acima de tudo sem precisar correr atrás de alimento. Aliás, nem fugir de outros animais, pois o homem deixou de ter predador. Com certeza nenhuma outra espécie viva nesse planeta conquistou esse duplo privilégio.

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Aparentemente trata-se de um progresso da espécie, mas na verdade foi o início de uma nova era. A “Era do sedentarismo e da comilança desregrada”. Em outras palavras submetemos o nosso corpo a um estilo de vida para o qual ele não foi feito. Estamos nos desviando das orientações do nosso “Manual de Manutenção” e pior, muito rapidamente, sem dar tempo a Mãe Natureza de fazer os ajustes lentos e graduais que a evolução das espécies requer.

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Ao descobrir o fogo o homem aprendeu que esquentando a comida ela fica mais saborosa e de mais fácil digestão. Assim, nesse momento começamos a retirar as fibras dos alimentos. Chamamos isso de “digestão externa”. Aprendemos também a refinar industrialmente o trigo e o açúcar deixando-os sem fibras também.

As moradias atuais são pequenas devido a intensa migração urbana dos últimos séculos e, por isso, as cozinhas não comportam grandes quantidades de frutas e verduras para fornecer 2.000 calorias por pessoa por dia. Foi necessário encontrar uma alternativa mais prática para alimentar as pessoas. Surgiram as comidas de baixo volume, hipercalóricas e não perecíveis (tradução: amido e açúcar sem fibras) como pão, bolacha, chocolate, etc.

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Esse tipo de comida não causa saciedade, porque não distende o estômago e induz a “comer sem parar”. Além disto, ​

é de fácil digestão e quase toda a comida será absorvida para o sangue no duodeno e no início do jejuno. Assim, não haverá resíduo alimentar, chegando ao íleo terminal e com isso não haverá estímulo para produção de hormônios como GLP1, PYY e Oxintomodulina.

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Esses hormônios são responsáveis pelo “grito intestinal” que avisa o cérebro para parar de comer. Em outras palavras, a comida moderna é tão facilmente absorvida que grande parte do intestino não vê comida. É uma pena porque dessa forma o intestino acha que a pessoa não comeu e não manda o cérebro parar de comer, e dessa forma a pessoa continua comendo sem parar, ou seja de forma insaciável.

 

Assim, então entendemos porque o progresso intelectual humano induz a obesidade, pois come-se muito e gasta-se pouca energia, ou seja, assim como uma conta bancária onde estoca-se muita energia e gasta-se pouca energia, o resultado será uma conta bancária bem gorda. Listo a seguir os 6 mandamentos da Obesidade Moderna.

 

1.     Sedentarismo, por sermos o topo da cadeia alimentar (não temos predador) e logo não precisamos fugir de ninguém.

2.     Sedentarismo, por termos abundância de alimentos. (Todas as outras espécies vivas vivem na escassez de alimentos, e por isso, precisam correr muito atrás de comida)

3.     Sedentarismo, por ficamos trancados em casa com medo da violência urbana.

4.     Sedentarismo, porque a tecnologia permite resolvermos tudo em casa pela Internet, pelos Deliverys , etc.

5.     Comemos comidas hipercalóricas de baixo volume que não causam saciedade, pois não distendem o estômago, e assim, o homem come e continua “bem disposto” a continuar a comer por tempo indeterminado.

6.     Comemos comidas hipercalóricas de facílima absorção no duodeno e jejuno altos logo o “intestino passa fome“, e por isso, não existe o grito do intestino avisando o cérebro para parar de comer. E assim o individuo continua com fome mesmo depois de comer muito.

7.     Em resumo, o Mundo Moderno induz a obesidade. O homem do futuro será um grande obeso. A mesma tecnologia que é capaz de esticar a sobrevida graças a transplantes e vacinas será a grande culpada pela diminuição da sobrevida graças às complicações decorrentes da obesidade extrema.

8.     É necessário, que tenhamos consciência desse fenômeno e que lutemos contra essa correnteza, mudando nossos hábitos alimentares e físicos imediatamente.

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