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Vesícula Biliar

A vesícula biliar é uma bolsa que fica em baixo das costelas do lado direito da barriga.Sua finalidade é armazenar bile. O fígado produz 2 litros de bile diariamente. Trata-se de um líquido esverdeado cuja função é ajudar a digerir as gorduras da refeição como um detergente.

 

Nos primórdios da espécie humana os Homens das Cavernas ficavam vários dias em jejum hibernando e por esse motivo tinham uma vesícula biliar gigantesca para acumular 10 litros de bile e com paredes fortes para contrair-se e expulsar toda essa quantidade de bile para o intestino para digerir uma grande e única refeição semanal.

Com o passar do tempo o homem dominou seu habitat, criou hortas, galinheiros, etc, e assim, passou a ter alimento a sua disposição 24 horas por dia. O período de jejum entre refeições passou a ser pequeno e assim a vesícula biliar foi perdendo sua função. Atualmente ela é uma bolsa pequena com capacidade de talvez 30 mililitros e já não se contrai mais com tanto vigor após cada refeição e por isso recebeu o apelido de “vesícula preguiçosa”.

 A bile fica parada por muito tempo e pode desidratar-se e empedrar-se originando os cálculos (ou pedras) da vesícula biliar.
As pedras de vesícula biliar causam vários problemas de saúde. Geralmente as pessoas referem náuseas (principalmente após alimentos gordurosos).


As pedras frequentemente movimentam-se e podem entupir a vesícula biliar. Nesse caso ocorre a famosa crise de vesícula biliar ou “Cólica Biliar”, quando surge intensa cólica do lado direito (acima do umbigo) e vômitos. Geralmente, o paciente procura o Pronto Socorro, onde o diagnóstico é confirmado por exame de ultrassom do abdome superior no qual verifica-se cálculo impactado na vesícula biliar.

Às vezes, a crise de vesícula biliar complica-se com infecção bacteriana e surge a “Colecistite Aguda”, gerando um abscesso com eventual perfuração e peritonite.O quadro clinico é de muita dor continua e febre alta.

A pedra pode sair da vesícula biliar e seguir viagem entupindo o canal do fígado (Coledocolitiase). Nesse caso o paciente apresenta icterícia (amarelidão) com fezes brancas e urina escura. Se ocorrer infecção da bile represada no fígado surge febre alta com calafrios (Colangite). Esse diagnóstico é confirmado por elevação de bilirrubinas diretas, das enzimas hepáticas (tgo-tgp-ggt) e por Ultrassom.

Em alguns casos, a pedra pode entupir o canal do pâncreas, causando a temível “Pancreatite Aguda”. O paciente apresenta intensa dor abdominal que irradia em faixa para as costas e vômitos incontroláveis. Trata-se de doença gravíssima com elevado risco de morte. Seu diagnóstico é por elevação de amilase sanguínea e por Tomografia Computadorizada.

Sabendo-se que a vesícula biliar é um órgão sem função na espécie humana e que sua retirada cirúrgica não causa nenhum efeito colateral no sistema digestório e levando em conta a gravidade das complicações decorrentes das pedras de vesícula biliar, recomenda-se a cirurgia de retirada da vesícula biliar (Colecistectomia) na imensa maioria dos pacientes portadores de cálculos da vesícula biliar. Desde 1990, essa cirurgia pode ser realizada por “Videolaparoscopia”, técnica cirúrgica que utiliza pequenos furos ao invés de grandes incisões.

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