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Características

Classificação

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Na pratica quantificamos o grau de obesidade conforme o IMC (Índice de Massa Corporal). Trata-se de uma conta matemática onde dividimos o Peso (Kg) pelo quadrado da altura (m).


Ex . Peso = 130 Kg e Altura = 1,72 m
IMC = 130 / 1,72 x 1,72 = 43,94 Kg/m2


Classifica-se o grau de Obesidade conforme o IMC em:

IMC até 25 Kg/m2 = normal
IMC entre 25 e 30 = Sobrepeso
IMC entre 30 e 35 = Obeso tipo 1
IMC entre 35 e 40 = Obeso tipo 2
IMC entre 40 e 50 = Obeso Mórbido
IMC entre 50 e 60 = Super Obeso Mórbido
IMC acima de 60 = Super super Obeso Mórbido

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Na verdade esse índice é muito simplista, porque não leva em conta a porcentagem de gordura, massa magra ou de água. O peso como única fonte de informação pode equiparar um obeso a um halterofilista. Por isso, analisamos o IMC associado a outros parâmetros.

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Existem 2 padrões de obesidade : Visceral e Subcutânea

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​A- Obesidade Subcutânea localizada em baixo da pele, principalmente nádegas e coxas. Esse tipo de gordura não produz hormônios perigosos, porém, devido as alterações de quadril e coxas, causa dificuldade na movimentação corporal, logo diminuem a qualidade de vida. As pessoas desse grupo tem a parte superior do abdômen mais fina que a inferior, e por isso, assumem aspecto de “pêra”. É o padrão de obesidade feminina, ou seja, ginecóide.

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B- Obesidade Visceral localizada principalmente dentro da cavidade abdominal. Esse tipo de gordura é perigosa, porque causa a liberação de hormônios que causam Hipertensão arterial e Diabetes, logo diminuem a quantidade de vida. As pessoas que tem esse padrão de distribuição gordurosa, geralmente tem cintura grande. Esse padrão lembra uma “maça”, pois parece uma bola no centro do corpo. É o padrão de obesidade masculina, ou seja, andróide.

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Comorbidades

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Qualquer que seja o grau ou o padrão de obesidade haverá piora de quantidade e de qualidade de vida, porque a Obesidade causa doenças. Chamamos as doenças que decorrem da obesidade de “comorbidezes”. 


As comorbidezes mais frequentes são: Hipertensão arterial, Diabetes tipo 2, Hipercolesterolemia, Apnéia do sono, Insuficiência Cardíaca, Artroses de quadril e joelhos, Obstrução arterial (ex. coronárias , carótidas , etc) , etc.

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Essas doenças geram muitas consultas médicas, exames, medicamentos e internações. Além do paciente sofrer com a doença ele também precisa arcar com grande gasto de tempo e dinheiro.


Essas doenças causam mortalidade precoce nos obesos.


Outro aspecto que também deve ser considerado é o “sofrimento psicológico” causado pela Obesidade. Alguns pacientes tem dificuldade para andar, passar na roleta do ônibus, sentar em poltronas de cinema ou avião, comprar roupas e até mesmo de fazer sua higiene pessoal. Existe também a discriminação social, dificultando relacionamentos sociais e afetivos, além do impacto na vida profissional em alguns casos.

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Tratamento

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A meta no tratamento da Obesidade é múltipla.
A- Emagrecer perdendo principalmente gordura. Evitar a perda de massa muscular ou de água.
B- Emagrecer sem causar efeitos colaterais.
C- Trazer o paciente a um IMC normal (ao redor de 25 Kg/m2)
D- Manter esse novo peso por toda a vida.


O tratamento da obesidade leve é clínico e deve ser mantido a longo prazo. Obrigatoriamente o paciente precisa mudar seus hábitos e  adaptar a sua rotina. É importante aprender a alimentar-se corretamente. Escolher alimentos que causem saciedade e que tenham poucas calorias. Chamamos isso de reeducação alimentar.


A atividade física regular e bem orientada por educador físico auxilia na queima das reservas se risco de lesão.


O estado de equilíbrio psicológico evita o “comer compulsivo “, ou seja, comer continuadamente mesmo sem necessidade.


Em resumo, é necessário uma “reeducação global” (alimentar, física e psicológica) para conseguir emagrecer com saúde. Nenhum medicamento substitui essa reeducação e apenas o uso isolado de medicação sem reeducação pode ser prejudicial à saúde em vários aspectos.

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É necessário deixar claro que essa reeducação precisa ser mantida eternamente e que no momento que “baixarmos a guarda” poderá acontecer reengorda. É por esse motivo que qualquer tratamento clínico que tenha prazo definido para terminar será condenado ao fracasso, pois todo o peso perdido durante o período de reeducação será readquirido em poucos dias após o retorno aos maus hábitos iniciais. Um exemplo desse raciocínio é quando o paciente frequenta um spa e em quinze dias de bons hábitos emagrece 10 kg. Se ao retornar para casa ele reassumir maus hábitos como o sedentarismo e comer doces compulsivamente, ele certamente reganhará os mesmos 10 Kg em pouco tempo.

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Constatamos na prática que ninguém faz coisas “que não sejam prazerosas” por longos períodos de tempo. Não adianta querer forçar um obeso a fazer academia de ginástica diariamente se ele não gosta de academia. Provavelmente ele abandonará todo o projeto de reeducação. É necessário adequarmos a reeducação de forma individual respeitando as preferências e limites de cada pessoa.  .

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Em resumo, o tratamento da obesidade é sempre clínico e é baseado na reeducação tríplice que deve ser prazerosa e adotada de forma diária e eterna. O uso de medicamentos é “apenas medida complementar” que deve ser prescrita apenas por médicos endocrinologistas especializados, devido ao elevado potencial de efeitos colaterais, uma vez que muitas vezes a dose eficaz fica próxima da dose tóxica.

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Falha do Tratamento

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A reeducação funciona muito bem até certo nível de obesidade. Observou-se na prática médica que as pessoas muito obesas não apresentavam boa resposta terapêutica, ou porque emagreciam pouco, ou porque reengordavam mesmo adotando novos e bons hábitos.


Estudos mundiais comparando IMC antes e depois de tratamentos de obesidade comprovaram que a reeducação tem resultado efetivo em pacientes com IMC inferior a 40 Kg/m2. Por esse motivo, consideramos o IMC de 40 Kg/m2 como a fronteira do tratamento clínico. Quem cruza essa fronteira e tem IMC acima de 40 é chamado de Obeso Mórbido. 

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Considera-se desde o Consenso do NIH (National Institute of Health) de 1991 que o único tratamento eficaz para o obeso mórbido seja a Cirurgia Bariátrica. O número de cirurgias é crescente no Brasil e no mundo.

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